30 anos, 3 neurônios

Como acabei de postar no meu Facebook, ando cansada de ver mulher de 30 anos agindo como adolescente (hoje eu vou tratar das solteiras, mas também tem as comprometidas sem noção). Não é possível que a essa altura da vida não deu pra aprender certos ‘’macetes’’ e lições…

Minha reflexão começou ao ler o texto do Bruno Fernandes (http://deixapraquemsabe.blogspot.com/2009/08/trinta-anos-trinta-e-mails.html), que me serviu como terapia e manual pra tentar consertar várias atitudes erradas que eu andava tendo na época, com o namorado de então. Me vi num monte de situações citadas por ele e ali, percebi como podemos ser ridiculamente repetitivas e insistentes no comportamento infantil e auto destrutivo. Deu vergonha própria E alheia.

Já escrevi aqui no blog sobre cisma de mulher. Mas agora já penso que não é só a cisma que vem reinando, é também a burrice. Homem, já é por natureza, menos maduro, demora mais pra ‘crescer’, tem dificuldade de lidar com sentimento mesmo. Ou por não saber ou por se negar a aprender. Isso não é novidade pra nós. Mas reconheço que eles tem uma característica (e não me atrevo a definir como defeito ou qualidade) que nós mulheres precisamos cada vez mais, saber perceber e copiar: objetividade. Invés de continuarmos na subjetivação eterna à qual nos prendemos. Eles, mesmo que não tenham coragem de falar rasgado, dão a real do que esperam de nós logo no começo. Nós, fingimos não entender, distorcemos o que eles falam para que pareça com aquilo que nós queremos que aconteça. Se o cara fala ‘’não quero me evolver’’, a gente dá um jeito de ouvir um ‘’agora’’ no final… Não há como não terminar em frustração, mas o aviso estava lá, a gente que não quis ler.

E tem o velho caso do falar e agir de formas incongruentes. Mulherada está com mania de achar que seduzir é só oferecer o corpo. E que a promessa de sexo fácil encanta qualquer homem. Minha filha, vou te contar: seduz, e encanta. Até o momento seguinte. Depois da vontade saciada você não passa de um pratinho que vai ser equilibrado esporadicamente… E se entregam: agem como ninfas, dão a ilusão de serem liberais, de não estarem nem aí, não deverem satisfação a ninguém, fingem safadezas que as vezes nem sonhavam existir. Mas é tudo uma fachada calculada na esperança dessa falsa liberdade fisgar o cara. Depois que rola o sexo (que na maioria das vezes passa longe do incrível prometido), começa a chuva de cobranças e as demonstrações de carência. Aí vem o papo de que não são assim com todos, que ‘’você é diferente, com você foi especial’’… Não tem cadeira pra tanta Cláudia, hahahaha… E pior que na maioria das vezes, não há real que arranque a cisma da cabeça delas.

Daí a minha revolta. Ouço desde sempre que homem não presta, que são cafajestes, que não levam nada a sério. E me questiono: levar como? Se estão (quase) todas agindo como putas mas cobrando tratamento de princesa?

11 Respostas para “30 anos, 3 neurônios

  1. Bacana demais seu texto, Sininho!!! Primeira vez que leio seu blog!!!! Vc falou tudo!!!! A gente tem que ser mais a gente, né!!! Assumir o que a gente quer e gosta é muito mais próprio dos 30 e muuuuuuito mais charmoso, né!!!!!! Pelo menos eu acho que dá muito mais resultado, hihihihi!!!

  2. Clap! Clap!

    Belo post, Sino. Por coincidência eu estive conversando sobre o assunto essa semana e é verdade. Como homem o que posso te dizer é que a grande maioria é tão carente de neurônios quanto a grande maioria de mulher que acha que pode carregar o mundo com um pelo pubiano. Resquiços da sociedade híper-moderna (AKA uber-pós-moderna) onde hedonismo, narcisismo e todos os ismos relacionados ao ego são religião. Resquiços de um mundo superficial. Resquiços de um mundo que cultiva o ego a níveis exagerados. Resquiços de um mundo onde as pessoas fazem de tudo pra sentir o tapinha nas costas ou o afago na cabeça. Disso deriva essa carência exagerada, que acaba gerando um medo de estar só e ter uma vida própria e mais importante: Acaba gerando uma falta de amor próprio que têm contagiado grande parte das pessoas do mundo.

    Parabéns pelo seu texto, seu melhor até hoje (IMHO).

    Beijo enorme, guria.

    Gian

  3. Sempre achei isso, e o pior é que o que vc disse é verdade: as mulheres agem como adolescentes inconsequentes e querem depois ser tratadas como rainhas, mas acredito que esse tipo de atitude vem da criação que as mulheres vem recebendo ao longo dos anos e das mudanças compotamentais que vem acontecendo no mundo atual! bjs!

  4. Aproveitando a deixa.

    Mulheres (de 30 e as demais) e as suas incógnitas infindáveis! Poluídas pelo conceito da independência capitalista e machista tentam uniformizar o seu jeito singular de ser. Se perdem mais ainda, caem num abismo sem fim. No final, as de 30, por desespero, se entregam a qualquer um sem medir os pós e os contras. Viram submissas do desespero de ficar para “tia”; para serem amadas a qualquer custo engolem o orgulho à seco e apagam as suas personalidades para viverem um contexto que não as pertencem, que elas não construíram com calma e atenção. São destruidoras de si, enganadoras de si. Isso tudo pela necessidade urgente de serem amadas, de terem um filho e um homem (qualquer) ao lado que irão chamar de marido. O que vale por fim é acreditar que fazem parte do conceito cultural e social: sou completa, tenho uma família (filho e marido). Mesmo que o marido seja um péssimo pai e amante (mulherengo, ladrão, agressor etc) e mesmo que o filho seja um “joguete” (objeto, um acessório de carne, salvador do casamento etc). O que vale mesmo é ter família depois dos 30 anos, serem amadas, mesmo que o território não tenha sido cultivado com o amor necessário e fundamental. O que vale é a urgência do tempo, a urgência em ser feliz a qualquer modo e custo. Porém, a consequência dessa urgência terá seu reflexo no dia a dia e muitas quando passam por isso prefeririam ter ficado solteiras. Por isso, um dia a mais e um dia menos não podem ser vistos como uma maldição e sim como uma fase de construção madura, de perpetuação da vida com outros olhos, com outras recompensas. Mulheres! Está na hora de começar a abrir mão do “tempo desesperador” e serem mais felizes e amigas do “tempo atual” no qual vocês se encontram. Seja esse tempo estando com alguém ou sem ninguém. O que importa é a consciência do seu tempo e aceitação das suas escolhas, do seu modo de vida. Sem grandes flutuações imaginárias (ideais) e com mais racionalidade, verdade real (palpável, empírica).

    Parabéns ao autor(a) pelo texto! Excelente!

  5. Sininho,
    Sou fã incondicional do seu trabalho e fiquei mais ainda após ler seu texto e o que sugeriu do Bruno Fenandes. Seu profissionalismo é tão maduro qto suas ideias! Parabéns!!!

  6. Super Sininho!

    3 neurônios? Suponho que um ser humano capaz de se resumir unicamente ao campo material (inclua o corpo no pacote) tenha apenas um.

    Tudo bem, eu concordo com a primeira que falar: Machismo não está com nada, Deco!

    Não está mesmo, você tem toda razão. Eu concordo que a mulher realmente deve trabalhar, ter seu espaço e ser independente financeiramente ao invés de se render ao tradicional pacote: lar, marido e filhos. Eu concordo que não existe qualquer inferioridade feminina em relação ao homem nas questões de valor, inteligência, competência, capacidade e o que mais quiserem incluir. Concordo também que todas as mulheres têm pleno direito à liberdade de escolha e que isso inclui beijar, se envolver e dar o que é seu quando, onde e para quem quiserem. Concordo muito com a evolução sexual, com o conhecimento do próprio corpo, onde moram milhões de cantinhos de tesão. Concordo ainda, que o infeliz ser humano que inventou o machismo não tinha a menor noção do que é o amor e menos ainda do que é a felicidade entre um homem e uma mulher. Sim, eu concordo!

    O que eu não concordo e vou morrer sem concordar é que homem e mulher, sexos tão explicitamente distintos e com necessidades, anseios, carências e desejos também distintos, sejam vistos como iguais. O que eu não concordo é com esse feminismo exagerado que está tirando da mulher sua feminilidade e também sua doçura. O que eu não concordo é que se troquem os lugares, tornando os homens caça e as mulheres caçadoras. O que eu também não concordo é a mulher menosprezar uma gentileza, um gesto de carinho pelo simples fato de ser independente. O que eu não concordo é com algumas mulheres que pagam de independentes pela rua afora e que por trás da cortina, dependem dos maridos endinheirados até para fazer a unha. O que eu não concordo é com a mulher geladeira, que dispensa o sentir, que insiste em provar pro mundo que não tem um coração dentro do peito. O que eu não concordo e acho totalmente brochante, é ver mulheres com atitudes e comportamentos masculinos.

    Ah! O romantismo morreu… Ah! O amor não existe mais… Ah! Eu estou sozinha… Ah! Minhas relações não passam de uma semana… Ah! Os homens não são mais gentis… Ah! O fulano me largou porque a fulana é mais gostosa do que eu… Ah! Ah! Ah! Pára! Pelo amor de Deus, pára! Reclamar não resolve a vida e o que está acontecendo com a gente é tão transparente quanto à janela da sua sala… Ninguém precisa ser um gênio da sensibilidade ou o guru do amor para perceber que está tudo errado! Que a gente se fudeu mesmo, literalmente! Que nessa guerra dos sexos, nossos papéis se inverteram e que os nossos valores se perderam nessa zona mega liberal.

    O machismo é escroto? Tudo bem, volto a concordar. O feminismo também é demais! E nessa batalha idiota, nesse ringue infernal que se propõe unicamente a medir quem pode mais, quem é melhor, quem é mais importante, o amor não existe. Acabou o encanto, a conquista, aquele desejo gostoso e natural entre homens e mulheres. Acabou a dificuldade que trazia de carona um valor pra lá de essencial. Acabou! Virou poeira! Mesmo! Bonito agora é não ter expectativas pela garantia ilusória de não se frustrar. A moda é viver o presente e sonhar com o futuro está proibido. A onda do momento é viver a liberdade sem limites e sem sentir, sentir não é moderno, não é cool!

    Fico aqui pensando… Tanto tempo perdido. Tanta imposição, guerrinha e joguinho. E aí, afinal de contas quem ganhou a batalha? Quem é o dono do troféu, o grande vencedor dessa patética competição em que vivemos? Nós, homens? Vocês, mulheres? Não! Essa é uma guerra diferente de qualquer outra, não existem vencedores. Fomos igualmente derrotados, somos cúmplices da derrota! Modernos, descolados, independentes e estupidamente carentes… Nós perdemos a medida, a fé e a ternura. Perdemos o limite, a beleza e o sentimento. Nessa independência que reina seca sem se dar conta de que morrerá com sede de ternura, perdemos o dom de dar as mãos, de nos unir e com igual dedicação construir uma relação de amor.

  7. Sininho seu jeito de pensar é interessante, mas não existe regras……
    Talvez para a cidade de Belo Horizonte sim, mas não consigo imaginar que nada como uma regra.Estamos no século XXI, o fato de acontecer na primeira, não acontecer ou na na milésima vez é uma questão de energia, escolha, sentimento e não garante que a relação irá dar certo por isso ou não. Te acho inteligente e o ideal seria eu escrever “Concordo a mulherada ta muito vagaba” RS. Mas ja namorei com uma pessoa que aconteceu na primeira vez, ja casei com um homem que fiquei no carnabelô pela primeira vez, ja tive namorados que não transei e sequer lembro que existe……….Acho que ultrapassa isso e é muito, mas muito mais profundo do que sexo no primeiro, segundo ou milésimo dia.
    Beijo

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